Saltar para o conteúdo

The Lady (2011)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
The Lady
The Lady - Um Coração Dividido (PRT)
Além da Liberdade (BRA)
The Lady (2011)
 Reino Unido
2011 •  cor •  135 min 
Direção Luc Besson
Produção Virginie Besson-Silla
Andy Harries
Jean Todt
Roteiro Rebecca Frayn
Elenco Michelle Yeoh
David Thewlis
Jonathan Woodhouse
Distribuição EuropaCorp (França)
Entertainment Film
Distributors (UK)
Lançamento 12 de setembro de 2011 (TIFF)
30 de novembro de 2011 (FR)
30 de dezembro de 2011 (UK)
Idioma inglês
birmanês

The Lady (Brasil: Além da Liberdade / Portugal: The Lady - Um Coração Dividido)[1][2][3] é um filme biográfico britânico dirigido por Luc Besson[4] e estrelado por Michelle Yeoh[5] como Aung San Suu Kyi e David Thewlis[6] como Michael Aris.[7]

Em 1947, quando Aung San Suu Kyi tinha dois anos, seu pai, Aung San, lidera a Birmânia para a independência, mas durante uma reunião sobre a democratização do país é assassinado por um grupo de homens armados e uniformizados.[8] Após o ocorrido Suu Kyi vai para a Inglaterra, onde vive com marido e filhos até 1988, ano em que volta a Birmânia para cuidar de sua mãe que está com a saúde debilitada. Quando chega em seu país percebe que seu pai, Aung San, ainda é lembrado pelos seus feitos e, ao visitar sua mãe no hospital, encontra muitas pessoas que foram feridas durante a repressão de Tatmadaw na Revolta 8888. Percebendo que é necessário uma mudança na política da Birmânia, é atraída para o movimento que promove a reforma.[9] Suu Kyi aceita tornar-se o ícone do movimento e acaba se dedicando a atividades que promovam maior liberdade política no país.[10] Eventualmente se torna a fundadora da Liga Nacional pela Democracia e, claramente, vence as eleições de 1990. Entretanto, os militares birmaneses se recusam a aceitar o resultado da eleição e conceder o controle do governo a Suu Kyi, assim, seu marido e filhos são banidos da Birmânia e ela é colocada sob prisão domiciliar por mais de uma década.[11] No entanto, a incansável luta de Suu Kyi ganha reconhecimento internacional, garantindo que ela não seria esquecida e não desapareceria sem ser notada. Ela se tornou a primeira mulher na Ásia a ser agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.

Rebecca Frayn começou a trabalhar no projeto depois que ela e seu marido, o produtor Andy Harries, tinham visitado a Birmânia no início da década de 1990.[12] A empresa de produção de Harries, Left Bank Pictures, começou o desenvolvimento do roteiro em 2008. Harries queria que Michelle Yeoh interpretasse Suu Kyi e, quando enviou-lhe o script,[12] Yeoh disse que ficou emocionada, embora, inicialmente, tenha se sentido intimidada por interpretar uma laureada com Nobel.[13][14] O script inicialmente contava a história apenas da perspectiva de Michael Aris, mas Michelle Yeoh alega que trouxe uma nova visão e compreensão do roteiro. Jean Todt, marido de Yeoh, (que mais tarde também acompanhou o projeto como produtor credenciado) a incentivou contactar seu amigo Luc Besson para auxiliar na produção.[15][16][17] Besson aceitou o script imediatamente como uma oportunidade para finalmente apresentar uma vida de uma heroína real, uma guerreira que não utiliza nada além de suas virtudes humanas como arma.[18]

Durante a filmagem do filme Aung San Suu Kyi foi libertada da prisão,[19] Michelle Yeoh a visitou logo em seguida.[20][21] Durante a conversa de Yeoh e Suu Kyi sobre o filme, Yeoh disse que ainda sentia-se no set de filmagem, devido a criação do cenário feita de forma muito precisa por Besson.[22][23] Em 22 de junho de 2011, Yeoh iria visitar Suu Kyi uma segunda vez, mas foi deportada da Birmânia, supostamente devido a seu papel no filme.[24] Entretanto, Besson foi permitido se encontrar com Suu Kyi.[25] Suu Kyi disse que estava hesitante em assistir o filme, embora tenha pedido uma cópia.[26]

Autenticidade

[editar | editar código-fonte]

A escritora Rebecca Frayn entrevistou amigos próximos de Suu Kyi, e baseou seu roteiro em seus testemunhos.[27][28] Alguns dos entrevistados só aceitaram contribuir pois Frayn não iria divulgar quem eram os colaboradores, além de seu trabalho ter sido publicamente apreciado pelo cunhado de Suu Kyi, Anthony Aris.[15]

Para retratar Suu Kyi, Michelle Yeoh assistiu cerca de duzentas horas de material audiovisual sobre Suu Kyi e teve aulas de birmanês.[29] O talento de Yeoh para as línguas é bastante reconhecido, principalmente no momento em que proferiu os discursos em birmanês de Suu Kyi.[18][30] Michelle Yeoh também perdeu peso para interpretar Suu Kyi[31][32] e seus figurinos foram feitos de seda e algodão birmaneses.[33] Luc Besson, mais tarde, afirmou que Michelle Yeoh "tinha aperfeiçoado os aspectos e as nuances da personalidade de Suu Kyi de tal forma que as diferenças entre o ser humano real e o personagem retratado ficavam turvas quando elas se cruzavam na vida real".[34]

Sob a direção de Luc Besson a equipe técnica também foi bastante rigorosa. Até mesmo as direções cardeais foram respeitadas quando a casa de Suu Kyi foi construída para as filmagens, pois o objetivo foi fazer o público ver o nascer do sol da mesma forma como Suu Kyi. Com base em imagens de satélite e cerca de 200 fotografias de família, a equipe construiu uma maquete de escala 1:1 da casa para ser utilizada como referência.[33] Para alcançar a autenticidade, Luc Besson contratou muitos atores e figurantes birmaneses. Alguns deles, como Thein Win, encenaram de acordo com o que haviam vivenciado.[21] A filmagem de uma determinada cena teve que ser interrompida duas vezes devido a atuação de Michelle Yeoh, que fez um discurso em birmanês que causou comoção entre os figurantes que tinham, originalmente, ouvido Aung San Suu Kyi.[35]

O coprodutor Andy Harries concentrou-se em desenvolver a parte britânica do script, vistos nos aspectos da vida de Suu Kyi quando ela morava com sua família no Reino Unido. O apartamento também foi recriado em um estúdio, embora o filme inclua cenas filmadas em frente a casa verdadeira.[36] As cenas que mostram Michael Aris como um paciente com câncer também foram filmadas no hospital onde Michael havia falecido.[37]

Distribuição

[editar | editar código-fonte]

Além da Liberdade teve sua estreia mundial em 12 de setembro de 2011 na 36ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto e, em 29 de outubro de 2011, também foi apresentado no Doha Tribeca Film Festival.[38] A Cohen Media Group foi a distribuidora do filme nos Estados Unidos[8] e a Mongrel Media no Canadá, que lançou o filme em 6 de abril de 2012.[39]

A estreia europeia ocorreu em 27 de outubro de 2011, quando o filme fez a abertura da Rome Film Festival.[40] No Reino Unido, o filme foi distribuído pela Entertainment Film Distributors, porém, no resto da Europa, a EuropaCorp foi a responsável pela distribuição.[16] Na Alemanha, o filme estreou no dia 15 de março de 2012.[41]

Na Ásia, The Lady foi apresentado na Hua Hin Film Festival, onde Michelle Yeoh declarou que planejava visitar a Birmânia novamente.[35][42][43] Em 2 de fevereiro de 2012 o filme foi lançado na Tailândia e Singapura[44] e, em 3 de fevereiro, teve a sua estreia em Hong Kong.[45] Na Birmânia, um grande número de versões pirateadas foram distribuídas.[46]

Referências

  1. «Além da Liberdade». UOL. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 18 de abril de 2016 
  2. «Além da Liberdade». Telecine. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  3. «The Lady - Um Coração Dividido». Rádio e Televisão de Portugal. Consultado em 4 de Julho de 2016 
  4. Smith, Ian Hayden (2012). International Film Guide 2012. [S.l.: s.n.] p. 119. ISBN 978-1-908215-01-7 
  5. Petty, Martin (29 de março de 2012). «Myanmar's Suu Kyi: from prisoner to would-be lawmaker». Reuters. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  6. Barton, Laura (3 de janeiro de 2012). «David Thewlis: the secret surrealist». The Guardian. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  7. Zeitchik, Steven (12 de janeiro de 2012). «David Thewlis is the 'Anonymous' actor who's everywhere». Los Angeles Times. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  8. a b «A journey of self-realisation». GulfNews. 20 de janeiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  9. «This portrait of a Lady gets its perspectives wrong». The Guardian. 12 de janeiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  10. Barber, Nicholas (1 de janeiro de 2012). «The Lady, Luc Besson, 127 mins». The Independent. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  11. «First Images of Michelle Yeoh in Luc Besson's THE LADY». 21 de dezembro de 2010. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2011 
  12. a b Brown, Mark; Hattenstone, Simon (19 de dezembro de 2010). «Aung San Suu Kyi's tragic love and incredible life come to the big screen». The Guardian. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  13. «Michelle Yeoh always wanted to play Aung San Suu Kyi». News Track India. 30 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  14. «Michelle Yeoh». Screen Daily. 8 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  15. a b «Michelle Yeoh Q&A». Film Business Asia. 4 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 23 de abril de 2012 
  16. a b «Luc Besson Filming 'The Lady' In Secret». Deadline London. 7 de janeiro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 5 de janeiro de 2012 
  17. Marshall, Andrew (17 de dezembro de 2010). «Q&A: Luc Besson». Time. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  18. a b «'The Lady': Luc Besson, Michelle Yeoh on Myanmar's Suu Kyi». Los Angeles Times. 4 de novembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  19. «Toronto: Distribution Deal For Luc Besson's 'The Lady' Puts Michelle Yeoh And David Thewlis In Oscar Race». Deadline Hollywood. 14 de setembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  20. Middleton, Jim (4 de abril de 2012). «Suu Kyi's biggest challenge is the Burma ahead». ABC Online. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  21. a b «The Lady: Aung San Suu Kyi's Fight for Freedom». Time. 27 de dezembro de 2010. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  22. «Michelle Yeoh discusses film role with Aung San Suu Kyi». BBC News. 7 de dezembro de 2010. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  23. Itzkoff, Dave (8 de abril de 2012). «The Big Profile». The New York Times. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  24. «Myanmar deports Michelle Yeoh after Suu Kyi movie». Associated Press via Yahoo News. 28 de junho de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 16 de março de 2012 
  25. «The Lady». The Daily Telegraph. 8 de novembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  26. Child, Ben (8 de novembro de 2011). «Aung San Suu Kyi: the lady says thank you». The Guardian. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  27. Smith, Damon (31 de dezembro de 2011). «Lady vanishes in schmaltzy epic». The Independent. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  28. «International Rome Film Festival Guide» (PDF). RomaCinemaFest. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 16 de janeiro de 2014 
  29. «Michelle Yeoh Transforms into Aung San Suu Kyi, 'The Lady'». Asia Society. 9 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  30. «Michelle Yeoh says she and Luc Besson were determined to bring The Lady to the big screen». The Fan Carpet. 3 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 15 de março de 2012 
  31. Yun, Tan Kee (3 de março de 2012). «Why should I be afraid? Says Michelle Yeoh». Asia One. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 6 de março de 2012 
  32. Yun, Tan Kee (5 de março de 2012). «Michelle Yeoh lost 10kg, learnt Burmese for Suu Kyi role». Diva Asia. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 8 de março de 2012 
  33. a b Adams, Cindy (15 de dezembro de 2011). «The lady is a champ in Burma». New York Post. Consultado em 16 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2012 
  34. «Michelle Yeoh and Luc Besson Discuss 'The Lady,' Aung San Suu Kyi». Asia Society. 13 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  35. a b Schwankert, Steven (11 de novembro de 2011). «Michelle Yeoh Calls Aung San Suu Kyi an 'Iconic Female Asian Figure'». The Hollywood Reporter. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  36. Clarke, Andrew (5 de janeiro de 2012). «Realistic, exotic look for 'Lady'». Variety. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2012 
  37. Gibbs, Ed (8 de abril de 2012). «Portrait of a lady». Los Angeles Times. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  38. Kemp, Stuart (28 de setembro de 2011). «Luc Besson's 'The Lady,' Starring Michelle Yeoh and David Thewlis to Close Doha Tribeca Film Festival». The Hollywood Reporter. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  39. «The Lady». Tribute Entertainment. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  40. Lyman, Eric J. (26 de agosto de 2011). «Luc Besson's 'The Lady' Named Rome Film Festival's Opening Film». The Hollywood Reporter. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  41. «Michelle Yeoh promotes 'The Lady'». China Daily. 11 de janeiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  42. MacKinnon, Ian (30 de janeiro de 2012). «Michelle Yeoh planning to try to visit Aung San Suu Kyi in Burma again». The Telegraph. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  43. «It Gets Better takes audience award at inaugural Hua Hin festival». Screen Daily. 29 de janeiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  44. Frater, Patrick (10 de março de 2012). «Lady scores on Singapore debut». Film Business Asia. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 13 de março de 2012 
  45. «"The Lady", the latest film by Luc Besson with Michelle Yeoh released on Feb 9». Consulate General of France in Hong Kong & Macau. 10 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  46. «Yeoh says 'lifetime opportunity' to play Suu Kyi». GulfToday. 4 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de setembro de 2017. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2014 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]